terça-feira, 22 de junho de 2010

Ode à Inutilidade?


Antes de ontem eu dormi 4 horas. Ontem dormi umas 3 e pouca. Hoje perdi a hora de manhã e cheguei na faculdade loucamente atrasada.

Um dia eu me peguei pensando que dormir era uma baita perda de tempo. Afinal, eu perco um tempo enorme dormindo todas as noites quando faço questão de preencher as demais horas do meu dia com um trilhão de coisas chamadas “úteis”. E eu definitivamente não estou reclamando: eu sou o tipo de pessoa que odeia ficar sem fazer nada.

Mas de uma coisa eu nunca posso esquecer: p*ta que pariu, eu adoro dormir. Ai que saudade que eu tenho, da aurora da minha vida, da minha escola querida, que me deixava dormir até mais tarde nos finais de semana... Meu recorde foram dezesseis horas e meia de sono contínuo – e aí, supera essa?

Dormir pra mim é, de longe, uma das melhores coisas da vida. E se eu pensei que dormir era uma perda de tempo, quando é obviamente algo delicioso, foi porque eu de novo, como muita gente, esqueci que a vida é bem mais legal quando a gente enche de coisas “inúteis” também. Esse é um dos meus maiores defeitos.

Nada é tão deliciosamente inútil como cantar alto Baby de Justin Bieber pelo quarto, mesmo que isso seja um pouco constrangedor; pintar as unhas de uma cor nova e berrante a cada semana, assistir a Friends todo dia mesmo você já conhecendo a história; rir do Chandler pela trigésima vez na mesmíssima semana; ver um jogo de basquete ao lado do seu namorado quando você obviamente não entende nada de nada além de “a bola tem que entrar dentro da cesta”; assistir ao jogo da Argentina só pra ver Messi balançando seus cabelos de um lado para o outro; assistir ao jogo da Inglaterra e Estados Unidos por “puuuuro interesse científico”; encontrar uma pessoa querida quando você tem prova no dia seguinte e está “apertadíssima”; tirar cravos dos outros porque INEXPLICAVELMENTE você acha isso divertido; escolher um presente para você mesmo quando você não vai comprar; assistir filme sobre Dragões por um real no meio da semana; DORMIR e tantas outras coisas mais.

Por isso, eu proponho uma devoção às coisas inúteis! A proporção que você vai por entre as coisas úteis e as inúteis na sua vida já é atribuição da autonomia da vontade, mas é sempre bom lembrar que nem tudo na vida é uma declaração de inconstitucionalidade por omissão baseada numa contingente colisão de princípios, que ocorreu em virtude do descompasso entre o horizonte de expectativas e o espaço de experiência. Saca?

Para encerrar, recomendo que ouçam Eletric Twist, da banda A Fine Frenzy (http://www.youtube.com/watch?v=mIpjiYmjXh4). Só porque o ritmo é super gostoso, mesmo que eu não entenda muito o que ela está querendo dizer.
Afinal, nem tudo na vida tem que ser assim tããããããão raciocinado.

Obs.: Homenageados à parte. ;D

Um comentário:

  1. Aaaanham, inutilidade era nosso forte. Não tanto teu, mas tudo bem. HAHA Ai, saudade.
    Já que é assim, eu proponho que façamos um Ode ao Velhos Tempos. Nossos tempos, tão queridos e bem aproveitados, ainda que com inutilidades. Fomos felizes. Muito.

    :)

    E Justin Bieber é vergonhoso, viu.

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